Aldo Rebelo: Lula prefere acenar para o ambientalismo chique e despreza segurança energética
Ex-ministro da Defesa criticou passividade de Lula na Margem Equatorial e propõe maior protagonismo do Congresso em licenciamentos ambientais
Ex-ministro da Defesa criticou passividade de Lula na Margem Equatorial e propõe maior protagonismo do Congresso em licenciamentos ambientais
Em entrevista para Petronotícias, Aldo Rebelo comentou a atuação do Ibama e pediu que o Congresso Nacional tenha maior protagonismo nos processos de licenciamento ambiental para projetos de infraestrutura importantes para o país. Rebelo critica o papel passivo que o presidente Lula tem adotado diante do imbróglio da Margem Equatorial, ao “lavar as mãos” na disputa entre seus ministros, secretários e a presidente da Petrobrás:
“O presidente Lula neste episódio cumpre uma função ornamental, o que é deplorável, afinal de contas, ele nomeou a ministra do Meio Ambiente e o presidente do IBAMA, adversários públicos da exploração do petróleo na Margem Equatorial e na Amazônia. O presidente sabe que o ministro das Minas e Energia [Alexandre Silveira] e a presidente da Petrobras [Magda Chambriard] alertam para o risco da segurança energética do país se o Brasil abrir mão do petróleo, mas prefere acenar para o ambientalismo chique e desprezar a segurança energética do Brasil”.
Diante do atraso no licenciamento ambiental para projetos, como é o caso da exploração de petróleo na Margem Equatorial, defendeu que a palavra final passe para o Congresso Nacional, a quem o Ibama submeteria o parecer:
“O Ibama seria responsável por oferecer o parecer técnico que seria submetido ao Congresso Nacional, que poderia modificá-lo mediante a consideração de relevante interesse nacional. Outra medida que poderia ser proposta por emenda à Constituição é o estabelecimento de prazo para a decisão neste caso de licenciamento, adotando o princípio do decurso de prazo como forma de evitar a sabotagem de obras essenciais ao País. Talvez ainda em caso de obras de relevante interesse nacional transferir para a Procuradoria Geral da República qualquer iniciativa de contestação com decisão do Supremo Tribunal Federal. É preciso coragem cívica e patriótica para a adoção de tais iniciativas”.
Aldo Rebelo também lamentou que o Ibama seja uma corporação "governada pela agenda das organizações não governamentais financiadas do exterior" e que o "perdeu qualquer vínculo com os interesses nacionais", atuando com "arrogância e indiferença diante do sofrimento da população da Amazônia".
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Comentando sobre a COP 30, a ser realizada em Belém, em novembro de 2025, pediu mobilização da população amazônida no evento, que, da forma como está delineado, é contrário aos interesses do Brasil:
“Belém é uma das mais belas metrópoles do mundo, é berço da civilização brasileira da Amazônia, guarda uma grande memória da história, da cultura e da culinária brasileira, mas é preciso deixar claro que a conferência marcada para Belém é um evento que se volta contra o Brasil, contra o desenvolvimento da Amazônia e contra os interesses nacionais. Os governadores da Amazônia, os prefeitos, as Assembleias Legislativas, as Câmaras Municipais, os produtores rurais, os industriais, os profissionais liberais, os estudantes têm que se unir em torno de uma agenda alternativa para a Conferência de Belém, que contemple a proteção do meio ambiente, mas também o direito dos amazônidas ao desenvolvimento e ao usufruto dos vastos recursos naturais existentes na região”.
Em julho deste ano, Rebelo participou de uma sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Congresso, onde manifestou preocupações, enfatizando que a Amazônia é a maior fronteira mineral do mundo e que o meio ambiente é uma "causa generosa" sendo instrumentalizada para "fins não-generosos".
Aldo Rebelo é conhecido por sua militância nas questões relativas à Amazônia brasileira. Neste ano, publicou um livro que reúne histórias sobre o controle brasileiro do território amazônida e a cobiça de potências estrangeiras pela região, intitulado Amazônia: A Maldição de Tordesilhas.
Por Redação com a colaboração de Arthur Kowarski / Informações: Petronotícias