"Amazônia é área de disputa geopolítica", diz Aldo Rebelo
Durante uma sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta terça-feira (2), Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa do Brasil, levantou preocupações sobre a soberania brasileira na Amazônia....
Autor de livro sobre Amazônia e ex-ministro da Defesa destacou importância estratégica da região durante sessão especial da Câmara
Durante sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta terça-feira (2), Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa do Brasil, levantou preocupações sobre a soberania brasileira na Amazônia, destacando-a como uma área de disputa geopolítica devido a seus recursos naturais e biodiversidade.
Rebelo enfatizou que a Amazônia representa a maior fronteira mineral do mundo, além de possuir a maior reserva de água doce do planeta. Ele ressaltou ainda que a região é uma gigantesca reserva de biodiversidade, ponto de interesse para ambições ligadas à constituição de bancos genéticos.
"Na última conferência de biodiversidade em Montreal, da ONU, o Brasil propôs que os recursos derivados do aproveitamento da biodiversidade fossem divididos com uma remuneração para os países proprietários", explicou Rebelo. No entanto, ele criticou a resistência dos países ricos, que defenderam o depósito esses recursos em um banco genético internacional único, controlado por eles. Esses recursos "estariam a disposição apenas para os países que dominam a tecnologia para seu aproveitamento em fármacos, química fina e cosméticos", afirmou Rebelo.
O atual secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo argumentou que, assim como ocorreram guerras pelo petróleo, no futuro existe o risco das guerras pelos recursos hídricos. É nesse panorama geopolítico que Rebelo defende a ocupação humana e a soberania brasileira na Amazônia, denunciando ONGs que descreve como mais fortes do que o próprio estado brasileiro.
O meio ambiente seria uma "causa generosa" instrumentalizada para "fins não-generosos".
Em maio, Aldo Rebelo publicou o livro “Amazônia, a maldição das Tordesilhas – 500 anos de cobiça internacional", pela editora Arte Ensaio. A obra traz em suas páginas eventos históricos marcantes, passagens sobre resistência indígena e tentativas de ocupação estrangeira na região amazônica, enquanto analisa as razões por trás da cobiça internacional pela floresta, frente às possibilidades de exploração de recursos naturais e o posicionamento estratégico da região.
No início de 2023, Rebelo realizou uma viagem de grande repercussão por Altamira, no Pará, de onde criticou a “demonização de garimpeiros”. Em julho do mesmo ano, participou da CPI das ONGs, ocasião na qual criticou essas organizações por atuarem como um “Estado paralelo”.