Ciro Gomes defende mineração em terras indígenas

Ex-Ministro da Fazenda teceu críticas à Marina Silva e às ONGs, além de defender novo zoneamento ecológico-econômico e atividades econômicas em terras indígenas

Ciro Gomes defende mineração em terras indígenas
Ciro Gomes na UFABC, foto de Murilo Silva / CAPOL

Ex-Ministro da Fazenda teceu críticas à Marina Silva e às ONGs, além de defender novo zoneamento ecológico-econômico e atividades econômicas em terras indígenas

Na última sexta-feira (21), Ciro Gomes discursou na Assembleia Legislativa de Roraima, onde defendeu a mineração em terras indígenas. O ex-ministro da Fazenda falou para o público e debateu com deputados a respeito de suas ideias de projeto nacional, se mostrando crítico às posições associadas à política da ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Ciro Gomes defendeu um novo zoneamento ecológico-econômico na Amazônia, para dimensionar as riquezas e determinar formas adequadas de exploração. “No meu projeto de Brasil, haveria uma estatal de mineração (...) com a presença decisória das comunidades tradicionais no conselho de administração, [encarregada] de dizer a conveniência e a oportunidade de explorar os minérios todos, em qualquer que seja o lugar”, disse o político do Ceará, que enfatizou também o pagamento de royalties para comunidades indígenas. “Bota os indígenas para votar, para ver se não sai”, desafiou.

Ao comparar a realidade brasileira com a de países onde comunidades indígenas exercem atividades econômicas lucrativas, Ciro Gomes argumentou que o mesmo não ocorre no Brasil por causa das ONGs. Disse que o “ONGuismo” está no governo, representado pela presença da ministra Marina Silva. Ciro também também falou de um “neoprotecionismo” da União Europeia, que usa argumentos socioambientais para impor um ônus sobre a produção brasileira.

O político já havia defendido a exploração mineral em terras indígenas durante o ano eleitoral de 2022.

Ainda em relação às pautas ambientais, Ciro condenou a pressão contra as pesquisas em busca de petróleo na bacia sedimentar do Amapá, conhecida como Bacia da Foz do Rio Amazonas. “Vamos abrir mão dessa riqueza? (...) É mentira que a pesquisa e a lavra se dão na Foz do Amazonas, é mentira”, falou de forma contundente, “essa pesquisa é a 530 KM da Foz do Amazonas”. O ex-ministro da Integração Nacional disse que enfrentou resistência similar ao defender gasodutos na região de Manaus (AM) e as obras na BR163 (RS - PA).

A passagem pela assembleia legislativa fez parte da agenda de viagem do político pelo estado de Roraima, que incluiu uma visita à cidade de Pacaraima e à fronteira com a Venezuela.

Redação