Festival de chocolate em Altamira tem dimensão internacional

Em evento com mais de 200 marcas, o município paraense assinou acordo de cooperação com entidades de Portugal.

Festival de chocolate em Altamira tem dimensão internacional
Photo de Julia Cruz / Unsplash

Em evento com mais de 200 marcas, o município paraense assinou acordo de cooperação com entidades de Portugal

Entre os dias 13 a 16 de junho ocorreu em Altamira (PA) a 3ª edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, o Chocolat Xingu 2024, considerado o maior festival de chocolate e Cacau da América Latina, com palco no Centro de Eventos Vilmar Soares, contando com mais de 200 marcas de chocolate.

Realizado pela Prefeitura de Altamira em parceria com o Governo do Estado do Pará e apoiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau), a Secretaria Municipal de Agricultura estima a presença de 132 mil pessoas, conforme informado por Paulo Atzingen em sua reportagem ao Diário do Turismo

Durante a 3ª Edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, a Prefeitura de Altamira (PA) assinou uma parceria técnica internacional com o Audax, Centro de Inovação e Empreendedorismo do Instituto Universitário de Lisboa ISCTE de Portugal, prevendo a criação do Museu do Chocolate da Transamazônica e Xingu e o Parque Industrial de Bioeconomia, com objetivo de impulsionar a economia local e regional, gerando emprego e renda a partir dos produtos da floresta.

O evento incluiu palestras técnicas sobre cultivo sustentável, exposições, degustações e venda de produtos à base de cacau. O festival contou com concursos de melhor amêndoa de cacau da Amazônia e Melhor Chocolate Paraense, fórum da Cacauicultura da Transamazônica e Xingu, cursos de derivados do cacau e chocolates artesanais e palestras, dentre elas “A Europa: a grande parceira internacional da Amazônia”.

A feira contou com o estande do projeto Sustenta & Inova do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o SEBRAE. O site do IPAM descreve o relato da experiência adquirida pela produtora de cacau paraense Valdete Prado ao participar do projeto, ampliando seu empreendimento e criando a marca “Chocolate da Val”, envolvendo sua família e gerando empregos.

Além da exposição de produtos naturais brasileiros, o evento serviu para compartilhar experiências. Uma reportagem do jornal Agência Pará trouxe o depoimento do agricultor Rubens Miranda, morador de Marabá que aprendeu em Altamira o cuidado com a doença Monilíase que pode afetar o cacaueiro a ponto de comprometer 100% da produção.

Segundo a Agência Pará, o Pará é o maior produtor de cacau do Brasil, responsável por 51,80% da produção nacional. A previsão para 2024 é que o estado coloque no mercado mais de 152 mil toneladas.

Para o Prefeito de Altamira, Claudomiro Gomes, a cooperação entre Altamira, as universidades locais e o Instituto Universitário de Lisboa insere o município na rota internacional do chocolate e o transforma em um polo de referência em educação tecnológica no Estado do Pará.

O evento contou com a participação de vários notáveis locais e uma comitiva portuguesa composta pelo presidente da Audax - ISCTE, professor Pedro Sebastião, a professora de direito e representante do Garage Group (Instituição Portuguesa de Fomento à Inovação), Verônica Pereira e o chocolateiro e diretor do Museu do Chocolate da cidade do Porto, Pedro Araújo Martins. 

A Prefeitura informa que a cooperação torna o município parceiro de Lisboa principalmente nos problemas ambientais, reconhece Altamira pela preservação dos ecossistemas, propicia o fomento e a produção do Chocolate da Transamazônica, além da abertura de novos mercados externos para a amêndoa do cacau na região Transamazônica, que corresponde a 86% da produção de cacau paraense.

Redação