Fundo Amazônia é neocolonialismo verde
Informativo do Movimento de Solidariedade Ibero-americana argumenta que a influência estrangeira sobre o Fundo Amazonas é uma forma de controlar políticas ambientais e energéticas do Brasil
Informativo do Movimento de Solidariedade Ibero-americana argumenta que a influência estrangeira sobre o Fundo Amazônia é uma forma de controlar políticas ambientais e energéticas do Brasil
via MSIa Informa No. 45 – 06 de julho de 2024
O governo da Noruega formalizou uma nova doação ao Fundo Amazônia, no valor de US$ 50 milhões. O anúncio foi feito oficialmente no último dia 26, no Oslo Tropical Forest Forum, realizado na capital norueguesa. Como se sabe, a Noruega é a maior “doadora” do Fundo, que tem sido um eficiente instrumento de controle neocolonial sobre o Brasil, tendo como pretexto a nobre causa da proteção do bioma Amazônia.
Enquanto isso, a cônsul-geral no Rio de Janeiro, Mette Tangen, disse ao “Estadão” que seu país está observando atentamente os rumos da Petrobras sob a gestão da presidente Magda Chambriard e da “transição energética” no Brasil, para aumentar os investimentos no País. "Sabemos que a Petrobras prioriza a pauta ESG (ambiental, social e governança). Gostamos do discurso de posse da nova presidente. Ela deu ênfase na transição energética e isso mostra bons indícios”, disse ela ao jornal. E completou dizendo que “as empresas norueguesas aguardam ansiosas pela regulamentação das eólicas offshore, setor que o Brasil tem muito potencial. A aprovação do mercado de carbono também é muito importante”.
A rigor, o discurso da cônsul-geral está mais para o de uma procônsul, haja vista a grande influência da Noruega na política ambiental brasileira. Mas a Noruega é um caso típico da máxima, faça o que mando, não o que faço. Apesar de posar de campeã da proteção ambiental, tem na exploração de petróleo e gás natural a sua principal fonte de receitas lucros, e a estatal Equinor atua como uma autêntica empresa que faz políticas de acordo com os interesses do Estado norueguês, e não dos mercados financeiros. Sem falar que, como outras “majors” petroleiras (BP, Shell, ExxonMobil etc), está deixando discretamente de lado a agenda da “descarbonização”. Ah, sim, tem investimentos em eólicas e outras fontes “renováveis”, para aproveitar a onda da “transição energética”, mas como seus dirigentes sabem que isto é uma onda passageira e o futuro não vai por aí, está investindo em pesquisa de fusão nuclear (alô, Petrobras!).