Paradoxo da segurança hídrica: Amazônia sofre com problemas de abastecimento

Escassez de água em uma das regiões mais ricas em recursos hídricos do planeta é contradição trágica e evitável

Paradoxo da segurança hídrica: Amazônia sofre com problemas de abastecimento

Escassez de água em uma das regiões mais ricas em recursos hídricos do planeta é contradição trágica e evitável

A Amazônia é frequentemente celebrada como um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Contudo, a realidade vivida por muitos de seus habitantes, especialmente nas grandes cidades como Manaus, revela uma contradição alarmante: apesar da abundância de água, a insegurança hídrica persiste como um problema crítico na região.

Bairros da zona oeste de Manaus sofreram interrupção do abastecimento de água entre os dias 6 e 9 de setembro. A situação contrasta com a presença dos afluentes do Amazonas e é só um pequeno exemplo de consequências da falta de infraestrutura adequada, o que têm comprometido a qualidade de vida da população.

A falta de planejamento urbano e desenvolvimento da infraestrutura adequado ao crescimento da população compõem o cenário que precisa ser combatido. Estações de tratamento de água insuficientes e a falta de manutenção dos sistemas de distribuição resultam em perdas significativas, estimadas em mais de 60% em algumas áreas, enquanto milhares de moradores permanecem sem acesso regular a água limpa.

A situação de Manaus é um microcosmo de uma contradição maior: a Amazônia, com toda a sua riqueza hídrica, enfrenta uma crise de abastecimento que deveria ser inimaginável. Este paradoxo destaca a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem o desenvolvimento social dos estados amazônicos. A atual gestão do governo federal prioriza a pauta de proteção ambiental, como é visível mesmo em medidas voltadas para a segurança hídrica na Ilha do Marajó.

Precisamos de um compromisso real e estratégico com o desenvolvimento da região. Caso contrário, continuaremos a assistir, perplexos, à escassez de água em uma das regiões mais ricas em recursos hídricos do planeta, uma tragédia que é, em grande parte, evitável.

Redação